Para começar o papo, sempre é bom relembrar o conceito de sustentabilidade
Sustentabilidade é a característica de manutenção de uma ou mais condições que permite a continuidade de um sistema ou processo, com início, meio, fim e retomada, no melhor estilo PDCA (lembra do PDCA?). É uma das principais características dos ecossistemas, pois, uma vez mantidas as condições necessárias para sua existência, têm continuidade e reproduzem-se num ciclo infinito, e é justamente da área da biologia e ecologia que o conceito foi importado e expandido, ou globalizado, como queiram.
Desde os anos 80 começou a crescer a consciência em relação à finitude dos recursos naturais do planeta, e, por consequência, surgiram os primeiros estudiosos e movimentos em nome de um processo mundial, envolvendo dos indivíduos e governos de cada país até as empresas, que buscasse, criasse, desenvolvesse e implantasse soluções que evitassem, revertessem ou reduzissem o ritmo de degradação da Terra.
Criou-se então o conceito de desenvolvimento sustentável, aquele que “procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades”.
Para alcançar esse objetivo, é preciso “possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais” (Agenda 21). Frente à impossibilidade de implantar-se um desenvolvimento sustentável em todo o planeta simultaneamente e no mesmo ritmo, consagrou-se a ideia de “pensar globalmente e agir localmente”.
Passando-se para a realidade organizacional, uma empresa oficialmente engajada e comprometida com o desenvolvimento sustentável deve balizar seus produtos e serviços, políticas e estratégias, todas suas ações, em pelo menos três das oito dimensões (Sachs): ser socialmente justo, ambientalmente correto e economicamente viável (People, Planet, Profit). As demais dimensões são a cultural, ecológica, territorial, política nacional e política internacional. Há ainda uma vertente que acrescenta a dimensão psicológica ao conceito (Mendes).
E o que as Relações Públicas têm com isso? Tudo!
De acordo com o Guia de Sustentabilidade para as Empresas, desenvolvido e publicado pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC, “a noção de capital social utilizada nesse documento está associada à qualidade das relações entre pessoas e grupos na sociedade, sendo o nível de confiança um fator essencial” (p. 14). Na página 15, sobre Sustentabilidade nas empresas, lê-se que “Para o setor empresarial o conceito de sustentabilidade representa uma abordagem inovadora de se fazer negócios, no sentido de sustentar a viabilidade econômico-financeira dos empreendimentos e, mesmo tempo, preservar a integridade ambiental para as gerações atuais e futuras e construir relacionamentos mais harmoniosos na sociedade, resultando numa reputação positiva e sólida.