Missão de vida: sempre Relações Públicas!

Quando defini o curso que queria fazer escolhi psicologia porque acreditava que era uma maneira ótima de ajudar as pessoas. Naquela época, primeiro era preciso fazer os testes psicotécnicos e ser aprovada neles para então poder se inscrever para o vestibular para esse curso.

Por alguma razão que até hoje desconheço (porque não recebi feedback), não passei nos testes. Fiquei meio desorientada, porque já havia decidido que queria ajudar pessoas a serem felizes, a ficarem de bem consigo, com a vida e com o que fazem em suas vidas. Peguei o “Manual do Candidato” de 1984 da PUC-RS e comecei a ver a grade curricular de cada curso. Lá, no meio dos cursos de Comunicação Social, encontrei Relações Públicas.

Lembro até hoje, chego a enxergar mentalmente, que era uma tabela onde apareciam as disciplinas por semestre e quantidade de horas-aula. Meus olhos caíram sobre as disciplinas de Psicologia Social, Sociologia e Antropologia. Aquilo me surpreendeu e me entusiasmou. Em seguida, li todas as outras disciplinas que faziam parte do currículo e me dei conta que com esse curso, nessa profissão, eu poderia ajudar pessoas em muito maior quantidade, em efeito cascata e simultaneamente, por meio do trabalho em organizações, pois nelas é possível alcançar cada funcionário e suas respectivas famílias, os clientes e a comunidade, fornecedores e concorrentes, e podemos agir de maneira educativa, proativa, corretiva e preventiva, inclusive sendo agentes transformadores da sociedade.

Ao longo dos anos, tanto durante o curso quanto depois de formados, no dia-a-dia da profissão, na maior parte do tempo entramos numa rotina e em tal roda-viva de trabalho que perdemos em grande parte a visão e a consciência de que estamos fazendo mais do que trabalhar e ganhar nosso sustento. Entretanto, há situações e momentos em que temos esse estado de iluminação, essa tomada de consciência de que não estamos aqui por acaso e que não somos simples sobreviventes em uma sociedade atribulada.

No meu caso, um deles ocorreu há mais de 12 anos, quando, ao ir encaminhar meus documentos relativos à rescisão na empresa onde trabalhei por 14 anos, encontrei um colaborador do turno da madrugada que me abordou, perguntou se era verdade que eu estava indo embora, e me deu um depoimento espontâneo que me emocionou: – “Puxa, Ana! A gente que trabalha na madrugada se sente tão sozinho, meio abandonado pela empresa. Os melhores dias para mim eram aqueles em que eu recebia os ‘teus’ cartões com mensagens nos dias dos pais, no meu aniversário…”

Nestas duas últimas semanas fiz parte de uma equipe nota dez que realizou uma auditoria de comunicação interna com entrevistas individuais e coletivas. Com 49 anos de idade e 27 anos após ter descoberto as Relações Públicas no manual do candidato da PUC-RS, reafirmei que essa profissão e essa atividade são indiscutivelmente minha missão de vida porque vivi uma situação não rotineira que me permitiu sair da roda-viva.

Falar com as pessoas e realmente ouvi-las, de coração e mente abertos; ir além de ser um auditor e mostrar-se um interlocutor; compreender e compartilhar; dar a oportunidade de exporem-se e dizerem o que sentem e pensam; oferecer afeto, e ainda assim ter e manter o discernimento necessário para identificar as informações que são objeto do trabalho e que poderão trazer resultados positivos para empresa e colaboradores é uma das maneiras fantásticas de ajudar ao maior número de pessoas possível por meio do nosso trabalho que as Relações Públicas nos permitem.

Como sempre disse e sigo afirmando, “empresas são feitas de gente, com gente e para gente” e é tendo isso sempre presente que devemos seguir cumprindo nosso juramento de formatura:

Os símbolos da formatura: capelo e diploma

Os símbolos da formatura: capelo e diploma

O Juramento de Relações Públicas

“Juro, diante de Deus e da sociedade, que fará uso do meu trabalho, conduzir meus esforços profissionais de acordo com os princípios éticos norteadores da atividade de Relações Públicas, com responsabilidade e respeito humano e dedicar o meu trabalho para o desenvolvimento e o bem estar do povo brasileiro e da humanidade.”

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